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Atlas da exclusão

23/04/2014 14:55

Atlas da exclusão

Fábio Oliveira Santos

O desenvolvimento da aprendizagem com alunos com necessidades especiais requerem algo além das competências cotidianas com alunos relativamente sem as mesmas necessidades, pois se exige outras características e sensibilidades dos profissionais envolvidos.

Para analisar uma situação de aprendizagem escolhemos o “vídeo da situação 1[1]”, ou seja, em determinada aula o professor apontava para o quadro e orientava os alunos sobre figuras geométricas, algo corriqueiro e normal, no entanto o professor não percebeu que na mesma aula dois alunos não compreenderam o que foi dito e discutido.

Não compreenderam, pois naquela situação outros mecanismos de aprendizagem deveriam estar envolvidos, uma vez que um aluno era cego e outro surdo. De acordo com a lei LEI Nº 4.169, DE 4 DE DEZEMBRO DE 1962[2], ficou convencionado a utilização do braile, recurso que poderia auxiliar nesta situação de aprendizagem.

Outro aspecto que não foi considerado pelo professor da aula foi o aspecto sensível, pois poderia trabalhar com objetos concretos como cubos ou outros, além do próprio braile. Com estes mecanismos, os dois alunos poderiam criar significações mais próximas do real e participar de maneira mais efetiva e eficiente da aula, uma vez que, talvez, ocorreu exclusão, não necessariamente consciente e premeditada.

Deslize do professor, pois não refletiu numa aula inclusiva e para todos, mas apenas em uma parte dos alunos, eis o desafio de Sísifo, no entanto deve ser visto de maneira ampla, ao contrário corre-se o risco de, assim como Atlas, segurar o peso do mundo da exclusão.



[1] Vídeo disponível em: < https://acervodigital.unesp.br/handle/unesp/155262> Acesso em: 22/04/2014.

[2] Encontrado em: https://www.soleis.adv.br/braille.htm Acesso em: 22/04/2014.

 

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