REP

Formatura, 2014.

14/12/2014 19:11

Discurso de Paraninfo[1]

Fábio Oliveira Santos

Boa Noite aos senhores e senhoras presentes! Boa noite aos jovens formandos!

É com imenso prazer que realizo este discurso. Foi-me concedido esta honra, pois discursar a estudantes que se empenharam durante todo o ano letivo e que tive a oportunidade de participar desse processo é, de fato, uma honra! Porque ajudei a construir o caráter de homens e mulheres que nos substituirão com o mesmo ideal e empenho que sempre tivemos.

Mesmo assim, lembremos a responsabilidade da escola:

“A escola, como instituição social, estabelece uma relação ambígua com a sociedade, é parte dela e trabalha para ela formando os indivíduos necessários à sociedade[2]”.

Daí o empenho que trabalhamos todos esses anos e, como sempre foi, neste ano não seria diferente.

O que mais faz lembrar! Vejam bem, estamos envelhecendo! Não é mesmo meus caros companheiros? Mas, ao contrário do que muitos diriam, estamos na melhor fase da vida, tanto do ponto de vista intelectual quanto físico.

Contribuímos mais com a formação, eis aí a minha frente o resultado!

E, para completar esse discurso à turma de formandos, não poderia escapar-me a poesia parnasiana[3] em especial o poema de Olavo Bilac[4]:

Velhas Árvores

Olha estas velhas árvores, mais belas

Do que as árvores novas, mais amigas:

Tanto mais belas quanto mais antigas,

Vencedoras da idade e das procelas...

 

O homem, a fera, e o inseto, à sombra delas

Vivem, livres de fomes e fadigas;

E em seus galhos abrigam-se as cantigas

E os amores das aves tagarelas.

 

Não choremos, amigo, a mocidade!

Envelheçamos rindo! envelheçamos

Como as árvores fortes envelhecem:

 

Na glória da alegria e da bondade,

Agasalhando os pássaros nos ramos,

Dando sombra e consolo aos que padecem!

Hoje somos nós, amanhã serão vocês!

Parabéns!



[1] Patrono da turma. É quem faz o discurso na cerimônia de colação de grau. Cada turma tem um paraninfo.

[2] Trecho retirado do livro Psicologias: uma introdução ao estudo de psicologia, Editora Saraiva, 2005.

[3] Os poetas parnasianos achavam que alguns princípios adotados pelos românticos (linguagem simples, emprego da sintaxe e vocabulário brasileiros, sentimentalismo, etc) esconderam as verdadeiras qualidades da poesia. Então, propuseram uma literatura mais objetiva, com um vocabulário elaborado (às vezes, incompreensível por ser tão culto), racionalista e voltada para temas universais.

A inspiração nos modelos clássicos, ajudaria a combater as emoções e fantasias exageradas dos românticos, garantindo o equilíbrio que desejavam.

[4] Olavo Brás Martins dos Guimarães Bilac (Rio de Janeiro, 16 de dezembro de 1865 — 28 de dezembro de 1918) foi um jornalista e poeta brasileiro, membro fundador da Academia Brasileira de Letras. Criou a cadeira 15 da instituição, cujo patrono é Gonçalves Dias.

Conhecido por sua atenção à literatura infantil e, principalmente, pela participação cívica, Bilac era um ativo republicano e nacionalista, também defensor do serviço militar obrigatório1 em um período em que o exército usufruía de amplas faculdades políticas em virtude do golpe militar de 1889. O poeta foi o responsável pela criação da letra do Hino à Bandeira, inicialmente criado para circulação na capital federal da época (o Rio de Janeiro), e mais tarde sendo adotado em todo o Brasil. Também ficou famoso pelas fortes convicções políticas, sobressaindo-se a ferrenha oposição ao governo militar do marechal Floriano Peixoto. Em 1907 foi eleito "príncipe dos poetas brasileiros", pela revista Fon-Fon. Bilac, autor de alguns dos mais populares poemas brasileiros, é considerado o mais importante de nossos poetas parnasianos.

 

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