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Ler para escrever, escrever para ler, tudo depende da nossa bagagem...

19/10/2014 13:36

Ler para escrever, escrever para ler, tudo depende da nossa bagagem…

Fábio Oliveira Santos

Osasco, 19/10/2014

Escrever, a primeira vista, parece algo de outro mundo, mas não é bem assim. Escrever é um ato criativo que está intimamente relacionado com a maneira que criamos algo, que, não poderia deixar de ser, salta aos olhos por meio da nossa criação. Cabe uma pequena reflexão. Não criamos do nada, sempre criamos a partir de algo que já existe.

Poderíamos fazer algo novo? Sem dúvida. Mas, a criação depende sempre da bagagem cultural que temos. Logo, uma maneira que contribui para isso é a leitura, ou seja, a bagagem cultural, evidentemente não é a única fonte criativa que buscamos, existem outras, como, por exemplo, o cinema, as artes visuais, o teatro e, sem sombra de dúvida, o convívio com pessoas que fazem cultura e as pessoas de maneira geral, uma vez que todos trazem histórias que contribuem com o nosso desenvolvimento. Quase esqueço! Não preciso nem dizer que o contato com livros ajuda mais ainda nesse processo. Leiam bastante! Principalmente para não correrem atrás…

Desse aspecto, aprender a ouvir é essencial. Principalmente porque sabemos que a escrita é relativamente recente em relação à oralidade. Isso me faz lembrar que o homem antigo se desenvolvia por meio de histórias que seus antepassados contavam. Assim não se esqueçam dessas histórias, principalmente os mitos, eles ajudaram muito na realização criativa da escrita ou qualquer outra coisa. Portanto, escutem bastante e escrevam o que escutam.

Todas essas relações contribuem para o nosso desenvolvimento pessoal, individual e coletivo. Evidente! Nossas decisões nunca são individuais, sempre são coletivas, daí cuidado nas decisões, pois afetam diversas pessoas. Falando nisso lembrei-me de uma história bem pertinente.

“Certa vez um cara qualquer, assim como eu, trabalhador, resolveu não ir trabalhar, porque, simplesmente, não estava com vontade. Pensou que não iria prejudicar ninguém além dele próprio. Seu trabalho: segurança. Naquele dia o banco que trabalha foi roubado. Sua conta para ser paga, não pode ser paga, pois ficou em casa, pagou juros depois, a funcionária da loja foi demitida e, pior, sua esposa pediu-lhe mil e uma tarefas, trabalhos de Hércules, diga-se de passagem, sem contar que a conta de luz aumentou, pois ficou em casa assistindo televisão.” Como veem, fazendo ou não fazendo algo, sempre afetamos a sociedade.

Só de sacanagem, como na música da Ana Carolina, vou ser honesto e dizer que, (que minha esposa não leia isso!), mas quando estou em casa é a mesma coisa! Acho que não vou prejudicar ninguém e…

No entanto, isso não vem ao caso. Escrever é o nosso assunto principal. Não somente isso, mas principalmente escrever de maneira criativa. Escrever nossas histórias de maneira que possamos acrescentar valor à pessoa que nos ouve e a pessoa que nos lê. Ao contrário disso não tem sentido, daí procurarmos à beleza e a arte na escrita. Não meras cópias, como fazemos em resumos.

Enquanto escrevo esse pequeno texto, vejo minha filha brincando com um imã, chamo-a e pergunto se já fez a lição. Diz que já leu tudo e está amadurecendo as ideias. Desconcertado não digo nada, apenas olho. Ela começa a passar o imã pelo corpo. Pergunto para que faz aquilo. Diz que tem propriedades medicinais e o imã cura tudo, pena que as pessoas não descobriram isso ainda. Nesse momento, o sentimento paterno e educador aparecem. Filha, digo, Mesmer no século XVIII acreditava que o imã tinha propriedades medicinais, foi considerado charlatão, dai a ideia de mesmerismo, ou seja, uma fraude.

Sei disso pai, vi na televisão. Só falei isso porque estou escrevendo sobre.

Agora fiquei desconcertado totalmente, na primeira vez fiquei somente parcialmente. Como diz minha mãe: “quando pequenos são tão bonitinhos, pena que crescem”. Mesmo assim, fiquei contente, aprendeu a ouvir, a ler e a escrever.

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