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O PEQUENO SOL DO ESQUECIMENTO

19/02/2014 11:01

O PEQUENO SOL DO ESQUECIMENTO.

Fábio Oliveira Santos

 

Estava no meu escritório quando comecei a relembrar dos fatos. Não era o melhor momento, havia pilhas de processos que deveriam ser analisados. Podem esperar! Não. A profissão vem antes de tudo. A responsabilidade sempre foi o essencial desde que meus pais incutiram a ideia, briguei muito com eles por isso. Quando acabar o expediente retomo os pensamentos.

 

Quando era criança sempre viajávamos, íamos a diversos lugares e mundos aprendíamos diversas culturas que, de uma maneira ou de outra influenciaram à maneira como vejo as coisas. Hoje percebo muito do que é encoberto pelo véu da aparência. Parece-me que os olhos foram direcionados em outro sentido. Fujo a dogmas e a pensamentos cristalizados. Paradoxo, em relação ao meu trabalho, no entanto, procuro, mesmo assim, à fuga. Felizmente posso fazer isso.

 

Mais à frente devo saltar. Puxo a corda e desço. Prendo-o próximo ao castelo. À porta sou recebido pelo Heitor, meu amigo e guardião da minha casa. Gosto da mitologia. Tempo bom àquele. Tudo bem que entre os heróis míticos ele deve um pouco, mas cumpriu suas funções e protegeu o Estado, pelo menos até a página dois, pois a história mostra outra coisa.

 

Ando mais alguns passos e minhas vistas são iluminadas. A porta se abre e saem Hera e Apolo. Esposa e filho.

 

-Como foi o trabalho?

 

Continuo com passos firmes e digo:

 

- Oi! Foi bem!

 

Escondo alguns fatos e pensamentos. Levanto o pequeno sol que fiz com o melhor que tinha. Resmungo: “responsabilidades”. Ninguém entende nada, também não explico. Entramos porta dentro e esqueço o que não deveria.

 

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