Os Caminhos que se apontam...
17/04/2014 18:15Os caminhos que se apontam…
Fábio Oliveira Santos
Ainda é cedo para formar uma opinião concreta sobre os eventos históricos, há quem diga que se deve ter um afastamento de pelo menos 50 anos, pois, aparentemente, expurgam-se os sentimentos ou ao menos ficam mais distantes. Não há envolvimento afetivo.
Do ponto de vista da educação isso é muito claro, pois não se tem como saber o que acontecerá nos eventos futuros, reflexos deste presente, que também são evoluções de um passado que não é claro. Logo, o caminho é nebuloso.
Na discussão que tivemos no Encontro Presencial 2 (EP2), muitas foram as dúvidas e, acreditamos, caminhos foram apontados. Entre as discussões de acessibilidade, houve correntes antagônicas. Como deve ser. Uma delas pontuou que as escolas, gradualmente, estão possibilitando a acessibilidade aos alunos com necessidades especiais, o que não quer dizer que a qualidade vem aumentando, muito pelo contrário. Apontam que os alunos estão nas escolas e tem acesso dentro delas, como pontua Rodrigues (s/d), as crianças devem ter acesso à educação, mas que seja de qualidade.
Por outro lado, outra corrente pontuou que isso é meia verdade, pois não há acessibilidade nas escolas, isso é aparente. A maneira como vejo é meio termo entre as duas, isso considerando a escola que trabalho, pois temos acesso em alguns locais da escola e em outros não. Neste sentido, ainda falta muito para se desenvolver. Tem-se acesso às quadras, mas não às salas de aula.
Outro ponto discutido tem a ver com interpretes de Libras e sinalização em Braile, para muitos, não se sabiam dizer se realmente existe esta função na escola apesar da necessidade, pois é necessário incluir, no entanto, o número de profissionais para as tarefas hercúleas ainda são pequenos. Outros participantes pontuaram que em locais pontuais no município existem interpretes.
De acordo com o MEC[1], a história do interprete de Libras foi caracterizado como trabalho voluntário, logo sem remuneração, disso é possível observar a dificuldade de se encontrar profissionais desta área. Da maneira que concebíamos também não acreditávamos que houvessem profissionais na rede de ensino.
Por outro lado, as salas de recursos funcionam e atendem os alunos que possuem necessidades especiais, inclusive no encontro teve uma professora que é responsável por uma sala de recursos. No mesmo sentido é oportuno observar os mecanismos de incentivo organizados pelo MEC, como OS RECURSOS MULTIFUNCIONAIS:
Programa disponibiliza às escolas públicas de ensino regular, conjunto de equipamentos de informática, mobiliários, materiais pedagógicos e de acessibilidade para a organização do espaço de atendimento educacional especializado. Cabe ao sistema de ensino, a seguinte contrapartida: disponibilização de espaço físico para implantação dos equipamentos, mobiliários e materiais didáticos e pedagógicos de acessibilidade, bem como, do professor para atuar no AEE[2].
Acredita-se que melhor utilizado pelos professores pode ser um mecanismo eficiente para o atendimento dos alunos.
Quanto a interação dos estudantes de educação especial com os demais estudantes, pelo menos do ponto de vista da escola que trabalho, a interação é boa no sentido de aceitação, parece-nos que os estudantes aceitam as diferenças mais que os professores, daí a aceitação. Creio que esta opinião teve maior repercussão positiva, pois não houve contrários nas discussões.
Mesmo assim, do ponto de vista da cultura inclusiva ainda não temos o pleno atendimento nas escolas, reflexo do próprio comportamento resistente dos professores.
BIBLIOGRAFIA.
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. O tradutor e intérprete de língua brasileira de sinais e língua portuguesa / Secretaria de Educação Especial; Programa Nacional de Apoio à Educação de Surdos - Brasília: MEC; SEESP, 2004. 94 p.: il.. Encontrado em:<https://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/tradutorlibras.pdf> Acesso em: 06/04/2014.
RODRIGUES, O.M.P.R. O direito da pessoa com deficiência: marcos internacionais, s/d; Encontrado em: https://acervodigital.unesp.br/bitstream/unesp/155248/1/unesp-nead_reei1_ee_d02_texto01.pdf Acesso em: 06/04/2014.
[1] MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. O tradutor e intérprete de língua brasileira de sinais e língua portuguesa / Secretaria de Educação Especial; Programa Nacional de Apoio à Educação de Surdos - Brasília : MEC; SEESP, 2004. 94 p. : il.. Encontrado em:<https://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/tradutorlibras.pdf> Acesso em: 06/04/2014.
[2] Discussão retirada em: https://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=17430&Itemid=817 Acesso em: 06/04/2014.
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